domingo, 12 de setembro de 2010

ACASO

O CASO DO ACASO

A Verdade sofria de solidão há séculos.

Um destes dias desencaixotei-a e levei-a a arejar para novos ambientes.

Adquiriu novos hábitos de construção, conformação, conformidade, confirmação e de exultação e celebração.

Encontrou novos amigos, ambiente, contexto, valor, padrão, ética, confiança, aprendizagem partilha, amor.

As invejosas e fundamentalistas indubitabilidade e perdurabilidade rondavam desesperadas tentando fazer amizade e impedi-la de se abrir, se relacionar, se expandir.

Saiu-me, na Verdade, um Ensaio sobe a Verdade.

Ensaio sobre a Verdade e a Avaliação da Qualidade no Trabalho Científico em Ciências Sociais, Edix - Edições Técnicas e Literárias Lda, Parede, Portugal, 2010, ISBN 978-989-95673-3-7.

Por acaso,

O Acaso teve um caso. Um caso com a Verdade.

Nascido das limitações próprias da consciência humana para explicar que as gémeas Causa e Efeito da Causalidade só existem porque existe, por oposição ao Acaso, o Efeito do Acaso que, tendo a mesma linhagem genética, não se distingue muitas vezes do Efeito da Causa, donde, por que é empiricamente evidente, o Acaso também podia identificar-se com a Causa porque produz Efeito.

É que o Acaso não é entendido como Causa poque não se identifica nem se explica e o que é cognoscivelmente incompatível com os padrões que pautam a limitada natureza do nosso ser causal.

Causa que se não identifica não é legítima, logo é mana bastarda, Acaso.

Expliquemos:


O CASO DO ACASO

Acaso tem que ver com circunstâncias, ou condições, necessárias e ou suficientes, de verificação da Causa.

Um Caso verifica-se em condições de Certeza, que pode deduzir-se subjectiva e ou objectivamente, sendo que objectivo é sempre naturalmente subjectivo.

Mas o Acaso ocorre quando os factores, ou Causa, não são determinados nem regulados de modo inteligível ou perceptível para a mente humana.

Num Caso, explicam-nos, de Causa determinada, em condições de certeza, ocorre muito deterministicamente um Efeito determinado.

Mas sendo os factores aproximadamente conhecidos mas dificilmente configuráveis, ou seja, sendo a Causa indeterminada com Efeito probabilísticamente previsível, a causalidade é processualmente determinada, com aproximações dentro de um determinado intervalo de confiança.

Contudo, há situações em que ocorrem fenómenos de origem desconhecida e ou indeterminada, ou seja, em que os factores, ou Causa, são indefinidos ou indeterminados, cujas circunstâncias se imputam ao Acaso, à falta de melhor precisão ou previsibilidade.

Numa situação de Caos, ou pretensa indeterminação de factores e fenómenos no Universo, ou aparente desordem desses componentes, o Acaso ocorre em resultado da indeterminação das consequências e ou Efeitos.

Donde o Acaso é apenas uma expressão insatisfatória de exprimir incerteza e ou imprevisibilidade da ocorrência de Causas, Fenómenos e ou Efeitos em sucessivos Estados da Natureza, de que resulta desconhecimento e ou ininteligibilidade dos mesmos, sendo os Casos, neste caso, as vezes que tal se verifica.

A Verdade, aqui, é o Caso do Acaso, relativa como sempre.

Parede, 11 de Setembro de 2010

Orlando Brogueira Rolo